O Virtual Private Database, mais conhecido como VPD, é um recurso do Oracle Database Enterprise Edition (EE) existente desde a versão 8i que permite criar políticas de segurança simples ou complexas sobre objetos, sejam eles tabelas, views ou sinônimos.
O VPD é usado quando os privilégios de objeto padrão e funções de banco de dados associados são insuficientes para atender às exigências de segurança do aplicativo, deste modo, políticas personalizadas a nível de linha e/ou coluna (a partir da versão 10g) podem limitar o acesso a informações restritas, por exemplo.
Como as políticas de segurança estão associadas a um objeto (tabela, view ou sinônimo) dentro do database, sempre que ocorrer o acesso ao objeto elas são automaticamente acionadas independente da fonte (por meio de um aplicativo, uma interface Web ou SQL * Plus) proporcionando sempre o mesmo resultado e impedindo a violação da segurança.
Ao acessar o objeto protegido com o Oracle Virtual Private Database policy, o Oracle Database dinamicamente modifica o comando SQL do usuário. A modificação cria a condição WHERE (caso não exista na SQL) e retorna a função de segurança implementada de forma totalmente transparente para o usuário.
Podemos aplicar com o VPD políticas de segurança sobre sentenças como SELECT, INSERT, UPDATE, INDEX e DELETE.
Neste artigo irei demonstrar a criação de uma VPD simples a nível de linha (Row Level Security), ou seja, limitando usuários apenas a não poderem visualizar determinados registros em um tabela.
Criando e populando uma tabela FUNCIONARIO onde vou posteriormente aplicar a policy.
SQL> create table funcionario( nome varchar2(50), salario number(10,2) ); Table created. SQL> insert into funcionario values ('FUNC1',1000.00); 1 row created. SQL> insert into funcionario values ('FUNC2',1000.00); 1 row created. SQL> insert into funcionario values ('FUNC3',2000.00); 1 row created. SQL> insert into funcionario values ('FUNC4',5000.00); 1 row created. SQL> insert into funcionario values ('FUNC5',10000.50); 1 row created. SQL> commit; Commit complete.Criando a tabela DENY_ACCESS_FUN onde vou cadastrar os usuários que serão afetados(limitados) pela policy.
SQL> create table deny_access_fun( nome varchar2(50) ); Table created.Criando a tabela BLOCKED_ACCESS_FUN onde vou cadastrar o nome dos registros da tabela FUNCIONARIO que não podem ser visualizados pelos usuários cadastrados na tabela DENY_ACCESS_FUN.
SQL> create table blocked_access_fun( nome varchar2(50) ); Table created.Agora vou criar a FUNÇÃO que será chamada pela policy e que irá retornar a condição (PREDICATE) para a cláusula WHERE, ou seja, quando um usuário cadastrado na tabela DENY_ACCESS_FUN realizar um select na tabela FUNCIONARIO a policy vai atribuir na condição WHERE a linha abaixo: nome not in (select nome from blocked_access_fun); Se o usuário não está cadastrado na DENY_ACCESS_FUN ela retorna: 1=1 o que não afeta nenhum registro.
SQL> CREATE OR REPLACE FUNCTION VPD_DENY_ACCESS_FUN (schema in varchar2, table_p in varchar2) return varchar2 as w_exists number :=0; predicate varchar2(50) default null; BEGIN select max(vlr) into w_exists from (select 0 vlr from dual union select 1 vlr from deny_access_fun where nome = UPPER(SYS_CONTEXT('USERENV', 'SESSION_USER'))); IF w_exists = 1 THEN predicate := 'nome not in (select nome from blocked_access_fun)'; ELSE predicate := '1=1'; END IF; RETURN predicate; END; / Function created.Observem que na FUNCTION utilizei a SYS_CONTEXT para coletar informações da minha sessão, no caso o usuário que conectei (SESSION_USER). Antes de criar a policy vamos aplicar o seguinte grant:
SQL> GRANT EXECUTE ON DBMS_RLS TO PUBLIC; Grant succeeded.Criando a policy:
SQL> BEGIN DBMS_RLS.ADD_POLICY ( object_schema => 'ANDERSON', object_name => 'FUNCIONARIO', policy_name => 'VPD_DENY_ACCESS_FUN_RH', function_schema => 'ANDERSON', policy_function => 'VPD_DENY_ACCESS_FUN', statement_types => 'select'); END; / PL/SQL procedure successfully completed.Observe que na statement_types coloquei apenas SELECT, desta forma a policy só é executada quando feito um select na tabela FUNCIONARIO. Criando 2 usuários para testes e aplicando as permissões necessárias:
SQL> create user teste1 identified by andersonteste1; User created. SQL> create user teste2 identified by andersonteste2; User created. SQL> grant create session to teste1, teste2; Grant succeeded. SQL> grant select on anderson.funcionario to teste1, teste2; Grant succeeded.Agora conectando com os usuários criados podemos ver que os registros estão todos sendo mostrados porque ainda não cadastrei nada nas tabelas DENY_ACCESS_FUN e BLOCKED_ACCESS_FUN:
SQL> conn teste1/andersonteste1 Connected. SQL> select * from anderson.funcionario; NOME SALARIO -------------------------------------------------- ---------- FUNC1 1000 FUNC2 1000 FUNC3 2000 FUNC4 5000 FUNC5 10000.5 SQL> conn teste2/andersonteste2 Connected. SQL> select * from anderson.funcionario; NOME SALARIO -------------------------------------------------- ---------- FUNC1 1000 FUNC2 1000 FUNC3 2000 FUNC4 5000 FUNC5 10000.5Em uma outra sessão (com permissão de insert nas tabelas), vou bloquear o usuário TESTE1 para não visualizar os registros do funcionário FUNC3:
SQL> insert into deny_access_fun values ('TESTE1'); 1 row created. SQL> insert into blocked_access_fun values ('FUNC3'); 1 row created. SQL> commit; Commit complete. SQL> conn teste1/andersonteste1 Connected. SQL> select * from anderson.funcionario; NOME SALARIO -------------------------------------------------- ---------- FUNC1 1000 FUNC2 1000 FUNC4 5000 FUNC5 10000.5Observe acima que o FUNC3 já não foi mais retornado para o usuário TESTE1 enquanto para o usuário TESTE2 ainda é apresentado:
SQL> conn teste2/andersonteste2 Connected. SQL> select * from anderson.funcionario; NOME SALARIO -------------------------------------------------- ---------- FUNC1 1000 FUNC2 1000 FUNC3 2000 FUNC4 5000 FUNC5 10000.5Vou cadastrar mais uma linha(nome) da tabela FUNCIONARIO que não deve ser visualiza pelo usuário TESTE1:
SQL> conn anderson Enter password: Connected. SQL> insert into blocked_access_fun values ('FUNC5'); 1 row created. SQL> commit; Commit complete. SQL> conn teste1/andersonteste1 Connected. SQL> select * from anderson.funcionario; NOME SALARIO -------------------------------------------------- ---------- FUNC1 1000 FUNC2 1000 FUNC4 5000 SQL> conn teste2/andersonteste2 Connected. SQL> select * from anderson.funcionario; NOME SALARIO -------------------------------------------------- ---------- FUNC1 1000 FUNC2 1000 FUNC3 2000 FUNC4 5000 FUNC5 10000.5Agora cadastrando também o usuário TESTE2 na tabela DENY_ACCESS_FUN. Vejam que ele também não consegue mais ver os outros registros.
SQL> conn anderson Enter password: Connected. SQL> insert into deny_access_fun values ('TESTE2'); 1 row created. SQL> commit; Commit complete. SQL> conn teste2/andersonteste2 Connected. SQL> select * from anderson.funcionario; NOME SALARIO -------------------------------------------------- ---------- FUNC1 1000 FUNC2 1000 FUNC4 5000
Como falado no inicio do artigo este foi apenas um exemplo simples de implementação com VPD limitando o SELECT a determinados USUÁRIOS X REGISTROS.
A VPD pode ser implementada de muitas outras formas e pode ser muito mais abrangente e complexa. Outros exemplos e documentações podemos encontrar em:
Referências:
http://docs.oracle.com/cd/B28359_01/network.111/b28531/vpd.htm http://www.oracle.com/technetwork/database/security/index-088277.html
0 comentários:
Postar um comentário